Apocalipse

Recentemente, este jovem blogue atingiu as 2000 visitas. “Só?!”. Sim, só. E a culpa é sua, caro leitor, que é extremamente desnaturado… Permita-me o leitor esclarecer que este número não é digno de referência pela sua grandeza, mas sim pela tremenda aflição que me causou! Repare que, quando constatei que estava prestes a virar o milénio das visitas, fui assombrado pelas memórias da passagem do ano de 1999 para 2000 e do temido “Bug do Milénio”.

Antes de prosseguir, relembro o leitor que a crença no dito bug se centrava na questão da viragem informática dos anos 1900’s para os anos 2000’s. Receava-se que os sistemas informáticos não assumissem correctamente o dobrar do milénio e regressassem ao ano de 1900. Uma viagem no tempo no mundo virtual que faria com que as nossas contas bancárias voltassem a zero, algo que causaria um certo aborrecimento no mundo real.
Mais elucidado, o leitor compreenderá, agora, o meu momento de pânico: imagine-se que o número de visitas deste blogue regressava às 1900? Pior, imagine-se que todos os artigos desapareciam, regressando este site à estaca zero?! Não consigo, sequer, imaginar o trauma que isso causaria no pobre leitor…
Pode respirar fundo, caro leitor. Se está a ler este artigo é porque tudo decorreu segundo a normalidade. Na verdade, o meu histerismo pueril – e desprovido de testosterona – não assentava em qualquer base científica. Porém, é precisamente esta a faísca primordial de todos os mitos e superstições: uma mistura de crença, medo e anseio de destruição. Ao nível subconsciente, todo o ser humano alimenta um secreto desejo de destruição. E não é pequeno esse desejo, dado que de tantos em tantos anos lá surge uma nova teoria sobre o fim do mundo – seja dos Maias ou do professor Bambo – e a pequena faísca transforma-se num incontrolável fogo que nuns se manifesta na forma de medo, noutros na forma de entusiasmo. E esse entusiasmo radica numa vontade evasiva de um mundo que, não raras vezes, pode parecer monótono e entediante. Espero, por isso, que perante a iminente destruição do meu blogue, o leitor tenha sentido um terrível e incontrolável medo!
Apocalipse – é este o termo que frequentemente ouvimos associado ao fim dos tempos. Mais informo que o presente post foi uma forma de apocalipse. Nada tema, caro leitor! Não se trata do fim deste espaço de pura imbecilidade. Etimologicamente, “apocalipse” significa “revelação”. Este artigo foi, só e apenas, mais uma revelação da minha eterna parvoíce…

Uma reacção a Apocalipse

  1. D says:

    Só para que fiques descansado, fiz uma consulta rápida às profecias de Nostradamus e parece que nada de mal acontecerá ao teu blog... algumas desgraças e talvez o fim do mundo... ups, talvez isso inclua o teu blog... e os demais... =/
    Por vezes as superstições e as crenças cegas não são nada mais do que... emoção para a vida! Criam expectativas e depois... desiludem! ;) Até ao dia......... (Ua-ha-ha-ha-hah!!! - riso maquiavélico)

    (Mais uma vez um texto fantástico com um encadeamento de ideias como só tu sabes! Estou a à espera do próximo!)

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