Carta a 2011

Caro 2011,

Antes de mais, deixa-me dizer-te que, juntos, passámos um ano fantástico! Mas, como todas as coisas boas da vida, a nossa relação tinha que chegar ao fim.
Quero que saibas que a culpa não é tua, caro 2011. Sou eu. Sou fraco e quando chega esta época começo a ceder às tentações: o champanhe, as passas, o fogo-de-artifício, esturrar dinheiro… Todas estas coisas indicam que vem aí um novo ano! Um ano mais jovem, repleto de novas experiências! Para além do mais, convenhamos que nos últimos tempos tens estado mais desleixado. Tornaste-te pessimista, só falas em dinheiro e até te deixaste engordar durante o Natal!
Se formos ver bem as coisas, nunca poderíamos ter dado certo. Os alicerces da nossa felicidade foram erguidos sobre os destroços de um coração partido. Pobre 2010… Abandonei-o sem dó nem piedade! Por isso te escrevo esta carta, caro 2011, para que saibas que não foste apenas mais um ano na minha vida. Foste 12 meses. Mais do que isso: foste 365 dias.
Vou ser sincero. Já existe outro ano na minha vida. Chama-se 2012 e é o ano mais jovem de que te falei. Ainda nem o conheci, mas viu-o no Calendário – esse tirano do Tempo – e não mais parei de pensar nele. É bissexto! Por isso, tem 366 dias, o que faz toda a diferença. Como vês, caro 2011, 2012 é um ano fascinante! Até os Maias tiveram uma paixoneta por ele, mas as coisas não resultaram. Contudo, comigo vai ser diferente e estou disposto a mudar para fazer com que as coisas corram bem entre mim e 2012…nem que seja por um ano.
Ainda assim, caro 2011, nunca esquecerei os momentos que partilhámos. Lembro-me, como se fosse hoje, do dia em que nos conhecemos. Aquela madrugada de 1 de Janeiro jamais me sairá da memória…apesar da ligeira amnésia alcoólica. A partir daí, avançámos para a frente sem nunca recuar para trás! Éramos, assim, loucos, tu e eu! Juntos, superámos as maiores adversidades e provocámos verdadeiras revoluções! Fomos capazes do melhor e do pior.

  
Com amor,

A Humanidade

5 reacções a Carta a 2011

  1. Ines G says:

    MEU DEUS está simplesmente...ESTUPENDO!
    Abuso completamente...
    =D
    Beijo
    Pinka

  2. D says:

    Que a tua relação com esse tal 2012 nos traga mais posts igualmente fantásticos! =)
    Beijinhos e Bom Ano!

  3. PatriciaG says:

    Bem mano do gueto ou melhor "caro escritor", deixe-me que lhe diga que se este post não estivesse tão brilhante e verdadeiro como está já teria feito a minha primeira chamada para o Júlio de Matos em 2012. Ainda assim, controlei-me e irei esperar por novos posts para tomar tal atitude.

    Sem mais assunto,

    Atentamente, a cara mana do gueto*

  4. Anónimo says:

    Caro amigo,
    Felicitações por esta excelente pérola que aqui escreveu.
    Aprecio cada vez mais esta sua rubrica, carregada de uma sinceridade, sarcasmo e animação que inevitavelmente nos contagia.
    Continue
    António

  5. Anónimo says:

    Mais um belissimo texto!
    E sim, todos os finais de ano é a mesma coisa.
    No dia 31, a maioria das pessoas é tomada por uma emoção contagiante, que provoca muito mais intranquilidade, angústia e depressão do que alegria de viver uma grande festa.
    Espera-se que, ao transcorrer a noite do último dia do ano, o mundo renasça, trazendo melhores dias, cheios de paz. Planejamentos radicais nos sugerem passar o passado a limpo. Expectativas muito altas carregam nos seus pacotes o peso da ansiedade.
    Porque deixar-mo-nos levar por um simples decreto de calendário e acreditar que, a partir de dia 1 de janeiro, as coisas deverão mudar?
    Porque escolher o último dia do ano, como se fosse o último de nossa vida, pra fazer um verdadeiro balanço dos bons e maus momentos vividos?
    Isto sempre me deu alguma confusão mas é assim mesmo, o ser humano assume esta particularidade que a mim me transcende!
    Contudo, uma carta de despedida, isso sim foi uma grande novidade e surpresa, excelente!
    Um bom ano para si e espero que pelo menos algo se mantenha de um ano para o outro, a sua escrita neste blog!
    Ana S.

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