Um termo relativo...

Caro leitor, o post de hoje é especial. Não apenas especial, o melhor da história da Web! E, por ser tão extraordinariamente bom, vai fazer o leitor sentir-se fofinho e aconchegado…
Com as palavras supraditas se introduz o tema de hoje: a mentira.”O senhor estava a mentir-nos?!” estará o leitor a gritar perante o pulsar do seu monitor. Primeiro: não me trate por senhor. Se reparar, eu não lhe chamo “senhor caro leitor”! Trato-o pelo seu nome próprio. Sugiro que faça o mesmo. Segundo: “mentir” é um termo relativo. Terceiro: sim, estava a mentir.
Menti-lhe, caro leitor, para provar um ponto de vista: a mentira nem sempre é má. Por breves momentos o leitor pensou que iria ler algo de extraordinário e sentiu-se feliz por isso. Podemos, então, dizer que a mentira gera bons sentimentos. A desilusão que se segue à descoberta da mentira é apenas e só culpa da incompetência do mentiroso. Por isso, peço desculpa ao leitor caso se esteja a sentir desiludido e sugiro-lhe que procure consolo no colo do Pai Natal.
Muitos desconhecem, mas a tradição da mentira foi iniciada por uma mulher há mais de dois mil anos atrás, mais precisamente nove meses a.C., quando Maria teve que explicar a José de Arimateia o motivo dos seus enjoos matinais. Todavia, a mentira evoluiu e acabou por se tornar a melhor amiga do homem e, apesar de não ter quatro patas e até ter perna curta, pode ser bem mais útil que qualquer caniche. Será caso para dizer: quem não tiver cão, caça com gato…desde que o gato saiba mentir. Para prevenir, e porque os gatos são bichos de poucas falas, aqui ficam alguns exemplos muito fraquinhos que podem ser úteis ao leitor numa próxima situação de aperto:

1º Exemplo fraquinho

Mãe: “Então filho, que tal de escola?”
Filho: “Não me apeteceu ir!”

Resultado: cinco dedos marcados na cara.
Solução: mentira.

2º Exemplo fraquinho

Amiga: “O meu namorado acabou comigo! ”
Amigo: “Ah! Porquê?”
Amiga: “Disse-me que sou feia de mais para sair à rua, achas normal?!”
Amigo: “Acho…”

Resultado: cinco dedos marcados na cara.
Solução: mentira.

3º Exemplo fraquinho  

Namorada: “Estas calças fazem-me gorda?”
Namorado: (silêncio)

Resultado: cinco dedos marcados na cara.
Solução: mentira.


Não caro leitor, nem pense nisso. “Evitar mulheres com mãos de cinco dedos” é impossível! Portanto, comporte-se como um homenzinho e minta. “Nosso Senhor me ajude!”, estará o leitor a exclamar, escandalizado com tantos comentários machistas e estereotipados. Peço desculpa, não posso ajudar mais do que isto. E já lhe disse, não me chame senhor.

(ilustração por Sofia Palma)

Uma reacção a Um termo relativo...

  1. D says:

    «Por breves momentos o leitor pensou que iria ler algo de extraordinário e sentiu-se feliz por isso»... Podes ter a certeza que ler um texto teu é mesmo algo extraordinário! ;) Não pares de encher este blog de classe!

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